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A Vida em Braille

 

Os cegos não querem ser heróis
Querem ser como são – normais
As batalhas que vencem dia a dia
Os obstáculos que só eles notam
É coisa de quem vê, mas não enxerga
Chamo essa de cegueira da alma
A qual nos impede de enxergar o próximo.
Em um mundo tão cheio de mazelas
As quais vemos ao mudar o canal
Ao conectarmos, ao caminharmos
O que resta de bom, estamos queimando
Devastando, transformando em luxo
Que logo se tornará lixo em nome da moda.
Ei, você: feche os olhos por um instante
Vês como agora você ouve melhor?
Vês que sentes pessoas e aromas ao longe?
Vês que podes imaginar o mundo mais colorido?
O cego também vê.
E de tanto ter a imaginação
Como modo de ver a vida
Acabou por se convencer
De que o mundo ainda pode ser belo
Desde que todos fechem os olhos
Para, em Braille, redescobrir
A verdadeira textura da vida.

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