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Brisa


Na quietude de um domingo à tarde
Quando a alma arde com o frio da solidão
Adentrou em meu coração sem pedir licença
A inusitada presença do vento
Ele chegou no intento de soprar suas aventuras
Cheias de loucuras, descobertas e paixões
Emprestando suas emoções ao ermo que me habitava
De cada história que contava nascia uma esperança
Hora eu ria como criança, hora as lágrimas desciam
E quando elas surgiam, eu sentia fluir de mim
E assim, fui preenchendo os ocos espaços
Com abraços que eu não dei, beijos que não senti
E foi então que entendi o que o vento estava tramando
E fui me admirando com o quanto foi esperto
Ele queria meu coração aberto pra que o amor pudesse entrar
E quando plena de amar, por mim ele passaria
E levaria a brisa de meu amor

A quem estivesse sozinho
E quem não tivesse carinho lá estava o menestrel
A cumprir o seu papel de varrer a má solitude
E com essa atitude fazer brotar a beleza
E onde havia aspereza, brotava a alegria
E assim ele vivia, plantando sentimentos

varrendo a dor para colher o amor

E o espalhar com euforia
Mas algo que eu não sabia é que sua ventania
Que secava o pranto e pra meu espanto
Entendi que amar é estar cheia de brisa
E o calor na alma desta poetisa, quando amava
Era uma brasa que inflamava

Quando o vento aparecia.
 

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