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Cigana
A Cigana hipnotiza a fogueira
A convidando pra dançar
Travando o duelo entre
O chicotear da saia e o clarão
A castanhola crepita
Desafiando o fogo a castanholar
Labaredas trajando saias
Incendeiam as cordas do violão
Rosas vermelhas exalam
Dos lábios, unhas e rendas
Olhar poente atrás do leque
Se abrindo como pavão
Gira o rendado desabrochando
Como flores nas cirandas
Sapateando a poeira dissipada
Com o serpentear da mão
O vinho barganha a sede
Da garganta pela que profana
Elegendo a quem brindará
Com seu perfume no lençol
A bebida aflora como lua cheia
Nos quadris daquela Ariana
Despertada com o gorjear
Desaparece antes do nascer do sol
A enviada das Deusas seduz
O perigo e enfeitiça a morte
Seu decote afronta o mundo
E sabe que nada a pode atingir
Cartomante que não só lê
Mas escreve sua própria sorte
O futuro é palavra traga pelo vento
É seu dom de intuir.
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