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Dáblio-dáblio-dáblio


Ficar sem cel não era ficar sem chão na década passada.
O que era o nosso íntimo, o nosso segredo a ser decifrado,
Hoje é débil, é dáblio-dáblio-dáblio.
A superexposição é vitrine, é no monte, é a massa
Bebida em taça de brinde... à e-ngenuidade.
A conexão que nos desconecta de nós mesmos
Acaba por nos, hipnótica-mente, convencer
A baixarmos o software e não baixarmos o Santo,
Digitalizando-nos, deletando nossas mazelas,
Como se delas não precisássemos para lapidação,
Dourando a pílula, a pele e os apelos, quase em pêlos,
Esculpidos por um bisturi online e for free.
Para opinião: senha. Para visitar: perfil,
Enviando abraços não-sonoros sem abraço e sem fio.
Se modernidade servisse para encurtar distância,
E a elegância não passasse a ser artigo de luxo
Em nossas salas de estar, estariam,
Nosso tempo valeria mais cifras e menos cifrões,
Menos textos e mais texturas,
Menos pixels e mais paixões.
 

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